Educação

Por falta de internet, netbooks estão há três anos guardados

São 60 aparelhos encaixotados no colégio Dom João Braga devido à falta de conexão, apesar do cabeamento já ter sido feito

Jô Folha -

Uma aparente solução tecnológica para os alunos do Colégio Estadual Dom João Braga acabou coberta em pó dentro do armário de uma sala trancada. Os 60 netbooks recebidos do governo do Estado em 2015 estão disponíveis para os alunos utilizarem, mas a escola não possui rede de internet capaz de atender a demanda, complicando a utilização em sala de aula.

A escola chegou a receber o cabeamento para instalação de internet, possui toda a estrutura, mas o sinal, de fato, nunca chegou à sala multimídia ou às salas de aula da instituição. Atualmente, apenas os escritórios da direção, o auditório e uma sala de informática possuem internet. O diretor Marcelo Denis revela ter havido há alguns meses conversas com uma empresa, mas nunca houve a instalação dos serviços por não ter repasse de verba para suprir o valor. Enquanto isso, os computadores seguem guardados nos armários, a maioria ainda dentro de caixas lacradas, pois apenas quatro foram abertos para o exercício de treinamento de alguns professores, sendo que parte deles já nem leciona mais na escola.

A sala de informática conta com 25 computadores, mas a falta de um funcionário para trabalhar exclusivamente nela impossibilita o espaço de ficar aberto aos alunos. O único uso é quando alguns professores buscam fazer atividades de aula lá, porém acaba sendo insuficiente pelo tamanho das turmas sempre ser maior que a disponibilidade de aparelhos. Atualmente, o Dom João Braga possui em torno de 700 alunos de ensinos Fundamental, Médio e na modalidade EJA, atendendo nos três turnos.


Treinamento sem pôr na prática

A professora de Física e atual vice-diretora do turno da tarde, Kátia Grequi, lembra ter passado por uma manhã de treinamentos no início de 2016. A ideia era ensinar os educadores a utilizar o sistema Linux, fazer tarefas, atividades e vislumbrar as possibilidades educacionais apresentadas pelos netbooks. A intenção de lecionar através de jogos interativos e apresentações gráficas acabou nunca sendo posta em prática. "Não tem como utilizar de forma efetiva", lamenta.

A possibilidade de operar sem conexão com a internet existe, mas a professora não vê como beneficiar-se da tecnologia dessa maneira. "Tem que ser efetivo, explorar as potencialidades que a ferramenta proporciona pedagogicamente", conclui. A alternativa de utilizar os computadores dentro do cenário atual também impossibilitaria a entrega de trabalhos, de acordo com a educadora.

Além disso, a falta de internet acaba não atraindo a atenção dos jovens, acredita a coordenadora pedagógica Magda Correa, justamente por já estarem acostumados a crescer inseridos em um mundo mais tecnológico que as gerações anteriores. Outra preocupação é com o sucateamento dos equipamentos, de quase três anos de idade.


Explicações

O responsável pela 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE), Carlos Humberto Vieira, acredita ser competência do governo federal a instalação de internet em instituições de ensino. No entanto, ele se disponibilizou a receber a escola e auxiliar nos encaminhamentos para identificar um programa no qual a instituição possa ser inserida e resolver rapidamente a questão da falta de internet.

 

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